quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nazismo à carioca





No sábado (17/10), um helicóptero da polícia carioca foi abatido a tiros no Morro dos Macacos, Rio de Janeiro. O "caveirão" (como é chamado o blindado do Bope) subiu a ladeira e "...12 pessoas morreram – dois policiais e 10 “traficantes”...

Impossível saber quem foi que "decretou" serem "traficantes" as dez pessoas mortas que não eram policiais. No Brasil, a pena de morte é proibida pela CF/88. A Constituição garante a todos (inclusive, aos traficantes cariocas) o direito ao devido processo legal, com produção de provas lícitas, condenação pela autoridade judiciária competente e cumprimento da pena na forma da Lei. Os agentes de segurança pública só podem recorrer à violência em casos extremos. E os abusos que cometem devem ser punidos na forma da Lei.

Nada disto parece impedir o Bope de abater pessoas como se fossem insetos. O pior é que o Bope tem feito isto com a ajuda da imprensa. Quando a “Globo” e outros meios de comunicação tratam os "suspeitos" abatidos pela polícia carioca automaticamente como"traficantes" ou "bandidos", os jornalistas ajudam a legitimar as ações do Bope. Mas nem todas as ações desta tropa de elite da policia carioca são legítimas. A própria imprensa já noticiou várias vezes que muitas das pessoas mortas pelo Bope não tinham antecedentes criminais. Os casos de "danos colaterais" (eufemismo militar para vítima inocente) têm sido constantes. Até quando, vamos aceitar de forma passiva, esta política de combater a violência apenas com mais violência... No Brasil do século XXI, temos que conviver com os velhos conhecidos grupos de extermínio.