quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Belém dos meus encantos

Lá vem Belém,
moreninha brasileira,
com perfume de mangueira,
vestidinha de folhagem.
E vem que vem,
ligeirinha, bem faceira,
como chuva passageira
refrescando a paisagem.

Lá vem Belém,
com suas lendas, seus encantos,
seus feitiços, seus quebrantos,
seus casos de assombração.
E vem que vem,
com seu cheirinho de mato,
com botos, cobra Norato,
com rezas, defumação.

Lá vem Belém,
recendente, feiticeira,
no seu traje de roceira,
na noite de São João.
E vem que vem,
com seus banhos de panela,
alecrim, jasmim, canela,
hortelã, manjericão.

Lá vem Belém,
a Belém dos meus encantos,
dos terreiros, Mães de Santo,
das crendices, do pajé.
E vem que vem,
com sobrados de azulejo,
vigilengas, Ver-o-Peso,
na enchente da maré.

Lá vem Belém.
No dia da Trasladação
vela acesa, pé no chão,
sempre firme em sua fé.
E vem que vem,
o povo implorando graça,
sempre que a Berlinda passa
com a Virgem de Nazaré.

Lá vem Belém,
junto de Nossa Senhora,
dia do Círio ela implora
saúde, paz e dinheiro.
E vem que vem
o povão, o povo inteiro
porque Deus é brasileiro
e Jesus nasceu em Belém.

Sylvia Helena Tocantins
Escritora e membro da Academia Paraense de Letras

sábado, 1 de outubro de 2011

Sou Contra a Divisão do Pará




A divisão do Pará pode representar a repartição só da pobreza para a grande maioria, e a concentração de mais riquezas nas mãos de poucos, através de uma espécie de loteamento dos recursos naturais renováveis e não renováveis ainda existentes. O Pará já é dividido administrativamente em Municípios, o que precisamos é mais seriedade, eficiência e menos desperdício na aplicação de recursos públicos.

Se criarem os Estados de Tapajós e Carajás, o Pará vai ficar só com a parte degradada do nordeste paraense e com a faixa de população mais pobre, ou seja, com um gigantesco passivo ambiental, social e econômico, enquanto as imensas riquezas florestais, minerais e faunísticas, ou seja, bióticas e abióticas, que não rendem eficientemente aquilo que deveriam ao Pará, irão todas definitivamente pelo ralo.

Em vez de dividir, está mais que passada a hora de se fazer, com seriedade e eficiência, uma revisão histórica do processo de desenvolvimento do Pará. E nessa análise, necessariamente, tem que ser incluída uma revisão crítica das relações com os mega exploradores dos nossos recursos naturais. Essa revisão se faz necessária, sobretudo, pela razão de ser o Pará detentor não apenas das maiores, mais importantes e diversificadas jazidas minerais e reservas florestais do Brasil, mas por abrigar potencialmente no seu território aquele que é também o insumo básico para todo e qualquer projeto na área da indústria de transformação: a capacidade hídrica de geração de energia.

Portanto, sou contra a divisão do Pará (criação de outros Estados), a menos que provem o contrário, através da apresentação de estudos técnicos responsáveis dos impactos econômicos, tributários, sociais e ambientais da pretensa divisão, mostrando os ativos e passivos nos diferentes cenários, e me convencer de que estou equivocado.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Lixo, precisamos saber mais !

Você já parou para pensar quanto lixo cada um de nós produz diariamente? E o volume de lixo produzido na sua rua, em seu bairro, ou em sua cidade, você sabe quanto é? Já imaginou qual o destino final de todo esse lixo? Você sabe para onde ele vai? Alguma vez você já se perguntou sobre as consequências negativas que o lixo produz ao meio ambiente?

A maioria das pessoas não pára para pensar nessas coisas, pois muitos de nós não compreendemos muito bem esse assunto e alguns na verdade nem se importam tanto com todos os problemas que podem estar relacionados com o nosso lixo.

O lixo que um bairro, uma cidade ou nação produz está intimamente ligado ao modo de vida de sua população. Por exemplo, cidades e países industrializados produzem grande quantidade de lixo inorgânico. Já nas nações em desenvolvimento, nas pequenas cidades do interior, nos povoados, assentamentos rurais e nas fazendas, grande parte do lixo produzido é de origem orgânica.

Vamos pensar melhor sobre nosso lixo, isso é coisa séria!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Dia da Pátria...

Nas ruas, o colorido verde/amarelo/azul e branco,
Dessa imensa e bela dimensão continental.
Um dia especial, a beleza ilusória devotada do civismo patriótico,
Em desfiles majestosos em sua vã alegoria,
Trajados de esperança, sempre esperança.

Nas ruas de todos os outros dias,
A dura visão palpável da crua realidade,
A agitação insana na busca demente de coisa alguma...
O assombro da escuridão presente no medo que aniquila,
A cruel violência, o narcotráfico que se alastra insolúvel,
A corrupção assistida de cumplicidade,
O descaso, a miséria, a injustiça social.

Nas ruas de todos os outros dias,
Vamos seguindo “porque tudo é assim mesmo”...
Desviando os pés para não cair do salto,
Ou sujar os sapatos no flagelo,
Ou cair nesse fosso, que separa o dia da Pátria aos outros dias comuns.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O que está acontecendo com a Grécia ?...

A população mundial nos dias atuais está envolta na teia do que se denominou chamar de globalização. Esse fenômeno, que invade fronteiras, modifica costumes, expande as novas técnicas científicas e tecnológicas, constrói e destrói mercados, com a sua nova dinâmica, dificulta o controle estatal sobre ele. Novas formas de atividades são levadas a cabo, a exemplo da tecnologia da informática e de transações comerciais feitas entre países em questão de segundos, obrigando as instituições estatais a repensar suas estratégias. O sistema capitalista que se disseminou pelo mundo, trazendo consigo a idéia da individualização do lucro e do pensamento neoliberal, exige a abertura das fronteiras de todos os países do globo, conduzindo com isso várias formas de dominação das potências desenvolvidas sobre países periféricos.


Verificamos, de outro lado, que, com a abertura dos mercados e a dominação do capital e do lucro pelos países desenvolvidos, cresce a situação de pobreza destes países periféricos, com imensos efeitos negativos para sua população e com conseqüências sociais enormes, como a deficiência da educação, da saúde, e o aumento da criminalidade.


Ao mesmo tempo em que cresce a desigualdade social das populações, o Estado-nação vai ficando cada vez mais debilitado, perdendo suas mais nobres funções, começando com a dominação econômica através das "ajudas" das instituições financeiras e de países ricos interessados na manutenção desse status, o que, normalmente, desemboca na vala seguinte que é a dominação política. A "ajuda", através de empréstimo, vem sempre atrelada a várias imposições econômicas e políticas, sob pena de indeferimento, causando, portanto, o enfraquecimento do Estado-nação.


E issa dominação, agora, está em evidencia em sua forma classica na velha Grécia. E no Brasil já rola a algum tempo!...


terça-feira, 31 de maio de 2011

Um Estado chamado Amor...

Veja bem... Não é sonho impossivel, acredito que é possível UM PAÍS que tivesse seus representantes sem precisar passar (óleo de peroba em suas caras). E a confiança fosse um passo para O amor Estado se instalar em todas as repartições e órgãos que cuidam da nossa gente, um país onde nossas crianças tivessem orgulho em estudar nas escolas públicas e bem antes quando nascessem os hospitais não tivessem baixos riscos de mortalidade, os remédios fossem usados antes de irem para o lixo, vencidos, por falta de distribuição. a Segurança e a habitação não fosse uma rompante da paixão eleitoreira. Um país que olhasse a todos com o orgulho, que seus representantes na hora que errassem (pois todos somos passivos de erros) viessem a público e falassem a verdade sem a embriagues da mentira, um país onde os jovens na escola já trariam a educação primária e assim continuariam uma formação de descobertas mesmo que duvidando, pois seria típico da idade, e a idade adulta chagaria para cada um sem a discriminação e com oportunidades iguais, formariam famílias mais estruturadas e nossos velhos contariam mais e mais histórias de suas experiências com menos lágrimas nos olhos, há se no estado amor encontrássemos políticos comprometidos com o interesse comum e assim as barbaridades que encontramos hoje diminuiriam e teríamos um à sensação de proteção generalizada. Somente quando precisássemos nossas famílias estariam sedimentadas e incluídas no amor Estado, pois cada um faria sua parte, e a política não seria partidária... Seria Humanitária. Com um estatuto maior: O AMOR.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Anjos da Rua





Uma das experiências mais intensas da minha vida, foi a de poder sair com algumas sacolas, com roupas, algumas usadas outras não, para doar a moradores de rua.

Pessoas que com o tempo, no nosso tempo, vão se tornando invisíveis... Gente que é de carne e osso, que vão passando pelo mundo como fantasmas, ectoplasmas concretos que se misturam ao concreto das cidades... Gente que passa, mas que muita gente insiste em não ver.


A nossa “moderna cultura”, que nos empurra goela a baixo a Coca-Cola e o estilo de vida norte americano, também reza na sua cartilha a descriminação e a redução a uma condição de “sub-humanidade” a muitos irmãos que não tiveram as mesmas oportunidades que você, que está lendo este texto agora.


Eu mesmo posso confidenciar a você, caro leitor, que foi só a partir da primeira vez que estive com aqueles irmãos nossos que passei a me dar conta de como também não os enxergava. Era como se não existissem – a não ser que sua presença estivesse em algum lugar no caminho, atrapalhando o tráfego. Caso contrário eu não os percebia, não saberia comentar seus traços, muito menos suas vestes – mesmo que rasgadas ou mal cheirosas.


Com as experiências vividas naqueles momentos, pude compreender alguns fatos importantes: O que menos preocupa um morador de rua é o alimento, mesmo porque são auxiliados por muitos destes abnegados tarefeiros da noite. Não sentem fome do pão, contudo tem fome de afeto, de consideração, de alguém que os escute. Não sofrem apenas pela ausência de casa ou de família, mas principalmente pela ausência de humanidade. Não lamentam o fato de estarem concretamente na miséria, mas a miserável forma de tratamento que recebem.


Se puder te dar um conselho, que pode mudar a sua vida... É que você tente mudar, para melhor, a vida destes anjos da rua, seres humanos como eu e você.

Acrizio Galdez




"As feridas da alma são curadas com carinho, atenção e paz.

"Machado de Assis